Este Território Livre RN tomou conhecimento da desistência e seus motivos já na segunda-feira à noite, mas se furtou a publicar antes de uma posição oficial, prezando pela elegância e a delicadeza da decisão.
O que pegou todos de surpresa foi a forma utilizada pela candidata do PPS anunciar a retirada do seu nome da disputa por um mandato na Assembleia. Aliás, Laura conhece bem a casa, é funcionária do poder Legislativo e muito querida por lá.
Na justificativa, Laura Helena culpa a velha forma de fazer política como motivo de sua desistência. Estaria tudo bem se a jovem não fosse filha do ex-vereador, ex-deputado estadual e eterno presidente do PPS Wober Júnior.
Foi na velha forma de fazer política que o PPS, partido de Laura e Wober, indicaram o nome de Pedro Cavalcanti para a Secretaria de Saúde do Estado. Não estamos pondo em cheque a competência do titular da SESAP, apenas mostrando a formula que o levou até lá.
Sair do jogo atirando em uma classe tão desacreditada como a classe política é fácil, muito fácil.
Laura tem um futuro brilhante no cenário político pela frente, mas não poderia ter saído da disputa de uma forma pior.
Nota
A velha forma de fazer política no Rio Grande do Norte impede minha candidatura.
Candidata a Deputada Estadual com o melhor propósito, o de fazer da ação política um instrumento em benefício da nossa gente, me deparo com práticas e posturas com as quais eu não concordo, não adoto e desde o começo me posicionei contra.
Só acredito numa representação justa, construída no ambiente republicano, respeitando as instituições, o processo democrático e o direito livre e soberano de escolha.
Essas condições não estão presentes nessa campanha e, assim, não há como transigir diante do mercado livre em que se transformou essa eleição.
Se sempre defendi uma reforma política, agora, então, conhecendo melhor os meandros de uma campanha, é que vou defender com muito mais força e determinação.
E aqui me posiciono não por uma discussão entre a velha e a nova política, mas por uma luta pela boa política, aquela capaz de proporcionar transparência, honestidade, métodos e sobretudo isonomia entre os candidatos.
Uma candidata jovem, mulher e de um partido pequeno, sem grande estrutura, dificilmente reune as condições mínimas para uma disputa justa na conquista de apoio popular e votos.
Essa é a realidade. Infelizmente.
Por vocação, ofereci meu nome ao PPS e dele obtive o melhor apoio.
Por consciência, retiro-me dessa disputa com o sentimento de que voltarei quando as condições forem menos desiguais.
Continuo na política, lutando por um Brasil melhor, por mais justiça social, pela igualdade de gênero, pela erradicação do analfabetismo, a inserção do jovem no mercado de trabalho e a ampliação da democracia.
Saio da disputa eventual, não me retiro e nem nego a boa política.
Muito obrigada.
Laura Helena
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